Quando a noite cai, ele aparece
Com rosto sério e escuro, ele pede
Com as trevas dum lado e a luz doutro lado, ele não pede quieto, mas sim aos berros
Não é luva nova, nem lua velha,
É lua cheia, cheia de noite, cheia de dor
O sofrimento de toda uma época, de toda uma vida,
Faz-se presente com e por ele
Qualquer um notaria
Até uma pedra notaria
Contudo, como tudo passa, "passempre",
Nem o seu filho viu,
Nem a sua esposa viu,
Nem o seu cachorro viu,
O que ele se tornou
Tornou-se fera por dentro, enquanto, por fora, homem continuava
Tornou-se noite por dentro, enquanto, por fora, luz ainda era
Como berrar quieto?
Para ele sempre foi fácil
Gritava por dentro, porém permanecia quieto e sério por fora
Essa foi a sua vida
Assim partiu a sua alma
Triste e abandonada, deixou o corpo exprimido entre as pedras
Pedras,
penhasco,
noite,
janela,
olhar,
soluços ao luar
Tudo quieto ficou, até o baque do corpo soar.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
não só de filosofia vive o homem!
gostei!
abraço
rsrs
Valeu, Marcão!
Abraço!
Postar um comentário