quarta-feira, 4 de março de 2009

Roda-gigante


Roda, roda, roda-gigante

Espero milagres na roda-gigante, mas ela leva os desejos

e retorna com o tédio, um presentinho dos deuses.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Feliz aniversário!

Mãe,
Gostaria de poder expressar por esta carta tudo o que sinto e penso de você, mas, como bem sabe, tal tarefa é difícil, se não for impossível. Contudo, preciso dizer o que se passa dentro de minha alma.
Nela jaz não somente o amor de um filho por uma mãe, mas sim de um filho admirador que enxerga na mãe o maior exemplo de toda a sua vida. Exemplo de força, resistência, otimismo, prudência e, o mais belo de todos, de amor ao próximo. Amor este que admiro e busco em minha vida.
Sim, temos diferenças, porém são as semelhanças que me deixam de "boca aberta". Como somos parecidos. Isso me deixa tão alegre, porque é como se eu fosse a sua extensão. A extensão da mulher que tanto admiro.
Enfim, agradeço-lhe pelo que sou e te amo pelo que me tornei. E aqui, então, deixo o meu pessimismo de criança de lado e fico com a fé, a esperança e o amor. Virtudes que independentemente de serem ou não teologais, foram a mim ensinadas por você, minha doce mãe.
Um grande beijo,
Fabiano.
Carta dedicada a Zelier Inês Queiroz da Silva
31/08/2008

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Ingenuidade de leigo?

E a dormência nos lábios novamente começou

Antes era dia sim, dia não

Mas atualmente, a constância se faz presente

Não tarda acontecer

Estou tranquilo, pensando na vida, nas bobeiras da vida e ... BUM!

Inicia-se a dormência

Qual é a sua causa?

Causa ... tudo, pelo menos acho, tem ou deveria ter uma causa

Espero que esta dormência tenha uma causa

Só que se eu ir ao "médico de cabeça", ele falará que algum neurônio está fora do lugar. Eis a causa de minha dormência nos lábios

Contudo, caso eu vá ao psicólogo, ele dirá que o fato de mamãe ter batido na minha boca, quando bebê, certamente foi a causa desta dormência desgraçada

O que fazer?

Faço nada, ué!

Prefiro a dormência, se é pra ter mais confusão

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Retrato oculto

Quando a noite cai, ele aparece

Com rosto sério e escuro, ele pede

Com as trevas dum lado e a luz doutro lado, ele não pede quieto, mas sim aos berros

Não é luva nova, nem lua velha,

É lua cheia, cheia de noite, cheia de dor

O sofrimento de toda uma época, de toda uma vida,

Faz-se presente com e por ele

Qualquer um notaria

Até uma pedra notaria

Contudo, como tudo passa, "passempre",

Nem o seu filho viu,

Nem a sua esposa viu,

Nem o seu cachorro viu,

O que ele se tornou

Tornou-se fera por dentro, enquanto, por fora, homem continuava

Tornou-se noite por dentro, enquanto, por fora, luz ainda era

Como berrar quieto?

Para ele sempre foi fácil

Gritava por dentro, porém permanecia quieto e sério por fora

Essa foi a sua vida

Assim partiu a sua alma

Triste e abandonada, deixou o corpo exprimido entre as pedras

Pedras,

penhasco,

noite,

janela,

olhar,

soluços ao luar

Tudo quieto ficou, até o baque do corpo soar.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Um pouco de Schopenhauer

"(...) tão-só a Filosofia é o Hércules capaz de combater as monstruosidades morais e intelectuais dêste mundo" (SCHOPENHAUER, Aforismos para a Sabedoria na Vida, Trad: Genésio de A. Moura, p. 104).

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O ateu virtuoso e o além-mundo



Como este mundo é interessante. O sujeito pode ser corrupto e de quebra mentiroso, desde que seja religioso. De modo geral, escuto o seguinte: "Imagina se fulano estivesse fora da Igreja --- ou de qualquer Templo religioso ---. Nossa, seria uma pessoa pior ainda". Ora, tal afirmação me leva a concluir que algumas práticas religiosas, nos finais de semana, trariam uma espécie de nobreza de caráter ao sujeito. Felizmente, acredito que isso seja uma bobagem sem tamanho, afinal de contas, a religião, no caso do indivíduo corrupto e mentiroso, é apenas algo que encobre essas nobres características.


É óbvio que as mentirinhas do cotidiano acontecem. Aquela velha história da mentirinha boa, da inveja boa, etc. Contudo, acredito que o caso do sujeito corrupto, mentiroso e religioso seja o exemplo de alguém que já está mais do que acostumado com a hipocrisia e com tudo que dela se origina.


Agora, pensemos um caso um pouco diferente desse. Imaginemos que esse indivíduo é mentiroso, corrupto e ateu. Nossa, com toda certeza, a maioria dos religiosos não veria salvação para essa alma. Apenas simplificarão dizendo: "Falta Deus na vida dele". Nada mais. Não acrescentarão nada além disso! Caso ele acreditasse na existência de Deus, aí sim ele teria alguma salvação e tais religiosos, por conseguinte, esperariam algum ato moral de sua parte, mesmo que fosse no dia do Juízo Final.


Outro exemplo: Pensemos em um ateu que busca sempre ser honesto, apesar de cometer alguns "pecados diários". Caso ele seja ateu, algum religioso continuaria dizendo que falta Deus. Não importa que esse sujeito seja a pessoa mais honesta do mundo, porque, faltando Deus, faltaria o ingrediente secreto que garantiria a beatitude, isto é, a felicidade do além-mundo.


Dado o último exemplo, pergunto: Caso Deus exista, Ele não deveria ser ao menos coerente? Se tem um indivíduo que não encontrou razões plausíveis para acreditar na existência de Deus, esse indivíduo não mereceria o paraíso até mais do que aquele que apenas levava a bíblia ao pé da letra e colocava em prática as palavras do padre --- ou pastor, etc --- sem ao menos questionar a veracidade das informações?


Assim, o quadro ficaria da seguinte forma: 1) Dou o Inferno de presente de Natal ao sujeito corrupto, mentiroso e religioso. 2) Peço uma análise menos voltada aos céus do caso do corrupto, mentioso e ateu. Dou-lhe o Inferno, mas, por favor, tiremos Deus dessa história. O sujeito agia imoralmente não por falta de Deus, mas sim por falta de vergonha na cara. 3) Céu ao homem coerente, pois se Deus existe, Ele deve ser ao menos coerente, como falei acima. Confesso que se eu fosse Deus, a primeira coisa que faria seria vomitar aqueles que não refletem as palavras daqueles que ministram as celebrações religiosas.


Para elucidar essa questão, peço socorro ao texto "Resposta à pergunta: o que é Esclarecimento?" de Immanuel Kant, pois nele o filósofo afirma que há dois usos da razão, sendo um privado e o outro público. O primeiro seria o uso da razão realizado, por um leigo, no interior da Igreja, não revelando uma posição crítica, por exemplo, com relação aos dogmas. Já o segundo uso da razão possibilitaria uma posição crítica referente aos dogmas, por meio de artigos, garantindo, portanto, um esclarecimento tanto ao escritor quanto ao leitor. Mas aqui estou trabalhando com exemplos e fazendo uma pequena adaptação para a nossa realidade pós-moderna, já que nela os confrontos intelectuais, quando não são pessoalmente, acontecem por e-mails e artigos.


Dado a breve análise do texto de Kant, arrisco dizer que o religioso antes de condenar o ateu virtuoso, primeiramente deveria atentar para a coerência desse homem. Deveria estar atento ao fato dele não ser hipócrita como alguns religiosos fazem questão de ser. Deveria fazer um uso público da razão, ao invés de fazer uso privado dessa faculdade, pois, em um momento inoportuno, tal uso tem por consequência inevitável o impedimento da clareza de espírito.


Enfim, supondo que Deus exista, deixo a seguinte questão ao leitor: Será que o ateu virtuoso precisaria da misericórdia de Deus para visitar o tão sonhado paraíso ou somente a sua coerência bastaria?














































quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

O Enigma da Existência: Significado ou Felicidade?

Talvez o mais interessante na vida seja à busca pela felicidade. Não escrevo isso pensando no filme americano "À procura da felicidade", mas devido a uma série de filmes que tenho assistido e alguns textos que tenho lido. Às vezes fico pensando se o que estudo (filosofia) servirá para alguma coisa. Bom, para a minha realização profissional, acredito que sim, porém, para a minha felicidade, essa é uma incógnita que carrego nos meus pensamentos e no meu coração.
Na semana passada assisti um capítulo da série "Heroes", no qual fiquei pensativo devido a algo que o Senhor Lindermman disse, a saber, "Que precisamos escolher entre ter uma vida com significado ou ter uma vida feliz" (Cf Lindermman. Série "Heroes"). Após essa afirmação, confesso que fiquei pensando se busco uma vida com significado ou se busco uma vida feliz. Será que a busca pelo reconhecimento dos outros, pelo poder, pela glória e, no extremo, por ser Deus ou por ser um deus, levaria um homem à felicidade ou somente a compreensão semântica de felicidade ? Pensar no passado e preocupar-se com o futuro, que seria buscar significado, para Lindermman, levaria o homem à felicidade? Ter ambos é possível ? À busca pela fama, por exemplo, pode implicar numa vida infeliz quando trata-se de relacionamentos, mas é repleta de significado, quando os olhinhos de muitos fãs brilham ao vislumbrem o nobre artista que jamais evacua.
Gostaria aqui de ter palavras certas e objetivas, porém não as tenho. O que possuo nas minhas mãos é a grande incerteza que alguns sentem na pele ao buscarem significado ou/e felicidade. Arthur Schopenhauer chegou a afirmar que "TODA VIDA É SOFRIMENTO" (56/ 1366). Essa proposição pairou nos meus pensamentos como um fantasma assombrando uma criança indefesa, porque talvez seja o único sentido da existência. Contudo, confesso que não quero entristecer os meus poucos leitores, nem fazê-los rir das bobagens que escrevo.
É muito estranho a sensação de querer com poucas palavras marcar as pessoas. É diferente de um médico que salva um paciente em uma "cama de dor" ou de um advogado que protege um operário das "brechas" da lei. Quem sou? O que busco? Há um verdadeiro significado na vida ou somente doações de significados que ficam melhores distantes dos critérios de verdade, mentira, bem, mal, forte, fraco, longe, perto e assim por diante?
Enfim, como já perceberam, apenas faço perguntas que podem cair numa subjetividade exagerada ou num relativismo esculachado, portanto, por ora ... FIM !