quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

O Enigma da Existência: Significado ou Felicidade?

Talvez o mais interessante na vida seja à busca pela felicidade. Não escrevo isso pensando no filme americano "À procura da felicidade", mas devido a uma série de filmes que tenho assistido e alguns textos que tenho lido. Às vezes fico pensando se o que estudo (filosofia) servirá para alguma coisa. Bom, para a minha realização profissional, acredito que sim, porém, para a minha felicidade, essa é uma incógnita que carrego nos meus pensamentos e no meu coração.
Na semana passada assisti um capítulo da série "Heroes", no qual fiquei pensativo devido a algo que o Senhor Lindermman disse, a saber, "Que precisamos escolher entre ter uma vida com significado ou ter uma vida feliz" (Cf Lindermman. Série "Heroes"). Após essa afirmação, confesso que fiquei pensando se busco uma vida com significado ou se busco uma vida feliz. Será que a busca pelo reconhecimento dos outros, pelo poder, pela glória e, no extremo, por ser Deus ou por ser um deus, levaria um homem à felicidade ou somente a compreensão semântica de felicidade ? Pensar no passado e preocupar-se com o futuro, que seria buscar significado, para Lindermman, levaria o homem à felicidade? Ter ambos é possível ? À busca pela fama, por exemplo, pode implicar numa vida infeliz quando trata-se de relacionamentos, mas é repleta de significado, quando os olhinhos de muitos fãs brilham ao vislumbrem o nobre artista que jamais evacua.
Gostaria aqui de ter palavras certas e objetivas, porém não as tenho. O que possuo nas minhas mãos é a grande incerteza que alguns sentem na pele ao buscarem significado ou/e felicidade. Arthur Schopenhauer chegou a afirmar que "TODA VIDA É SOFRIMENTO" (56/ 1366). Essa proposição pairou nos meus pensamentos como um fantasma assombrando uma criança indefesa, porque talvez seja o único sentido da existência. Contudo, confesso que não quero entristecer os meus poucos leitores, nem fazê-los rir das bobagens que escrevo.
É muito estranho a sensação de querer com poucas palavras marcar as pessoas. É diferente de um médico que salva um paciente em uma "cama de dor" ou de um advogado que protege um operário das "brechas" da lei. Quem sou? O que busco? Há um verdadeiro significado na vida ou somente doações de significados que ficam melhores distantes dos critérios de verdade, mentira, bem, mal, forte, fraco, longe, perto e assim por diante?
Enfim, como já perceberam, apenas faço perguntas que podem cair numa subjetividade exagerada ou num relativismo esculachado, portanto, por ora ... FIM !

















17 comentários:

Rudah A. L. disse...

O meu jovem, eis o mistério que me assombra também: qual o sentido da nossa vida?!
Bom, já pensei nesta relação significado/felicidade. Sobre certos aspectos imagino haver possibilidade de conciliação entre ambas. Pra mim elas não são necessariamente excludentes. Mas ainda assim é algo a refletir. Discutamos!

Abraços!

Fabiano Queiroz da Silva disse...

Meu caro amigo, fiquei muito feliz por ter exposto a sua opinião sobre o tema "significado ou/e felicidade". Primeiramente, concordo que não sejam necessariamente excludentes, no entanto, estamos chegando num determinado momento de nossas existências que talvez nem mais a água e o fogo serão elementos excludentes. Foi só um exemplo sacana para tentar deixá-lo sem resposta ... rsrsrs ... Agora que "cutuquei a fera", aguardo e anseio por discordâncias ... rsrs ...

Abração!

Anônimo disse...

bom, dou-me o direito de opinar, pois não! Pelo que entendi, a colocação citada "vida feliz ou com significado" opõe uma vida superficial, com as felicidades dadas por nosso mundo em doses homeopáticas quando se faz compras, por exemplo, a uma vida refletida, com o mínimo de criticidade, que, como bem sabemos, nos afasta do senso comum e leva-nos muitas vezes ao ceticismo - como um cético poderia ser "feliz"?

Acrescento ainda: compartilhamos um ideal comum de felicidade, e agora entro no mérito da questão, que transcende esta discussão apontada... não abandonaríamos nunca uma vida especulativa em razão de crenças superficiais, a n ser que pensássemos muito sobre isso e chegássemos à conclusão de que é uma boa... mas note-se o pressuposto: pensar sobre sempre, na busca por um bom caminho.

isso implica em sermos superiores? de maneira alguma! eu confio bastante em minha intuição, e ela as vezes não é racional... mas é sempre colocada à prova com meus ataques sofísticos...

acho q poderia resumir tudo q disse nisto: a felicidade n exclui uma vida com um significado, ao contrário, a junção de ambas as coisas é o princípio de nosso movimento...


quanto ao caro chopshouse (n to zoando, só n sei escrever o nome dele, hehe), nunca o li, n poderia afirmar nada sobre sua obra. Mas há uma frase da qual gosto muito, do filme Vanilla Sky: o doce n seria tão doce sem o amargo.


enfim, escrevi demais! mas dou-te o direito de fazer o mesmo em meu blog, rs.... abraço

Fabiano Queiroz da Silva disse...

Caro Marco, não acredito que buscar uma vida com significado esteja tão distante das doses homeopáticas que a rotina nos proporciona, porque, afinal de contas, elas também fazem parte de nossas vidas. À busca de significado não quer dizer que terei uma vida refletida e crítica. O meu critério de significação pode ser oriundo de alguma crença dos meus avós. Quando escolhi o título do blog, a saber, "O Enigma da Existência: Significado ou Felicidade?" (lembrando que OU também pode ser os dois), estava tentando tratar do primeiro problema. O que cada termo corresponde em nossas vidas? Quero dizer: Temos que escolher somente um deles? Veja que o homem comum (não que
sejamos "heróis"...rsrs)tem o costume de "tudo um pouquinho", "tudo que come demais faz mal". Ou seja, tem-se o costume de dizer que o mediano é o melhor. Pensando nisso, significado e felicidade conviveriam juntas. Quanto ao seu exemplo, adaptando ao meu modo ficaria assim: "Nossa, que salgado gostoso ... hum ... peraí, gostoso nada, está amargo! Acho que agora comerei brigadeiro para passar tal sensação". É, concordo com você,"o doce não seria tão doce sem o amargo" (Filme "Vanilla Sky"). Mas, o que isso tem a ver (veja que usei o seu exemplo ao pé da letra, dado que não disse como poderia usá-lo)com signifcado ou felicidade? Para saber se ambos podem conviver, preciso primeiro entender a grandiosidade de cada um, não que eu tenha entendido. Estou tentando entender. O homem comum concorda com você Marco, sem pensar duas vezes. Ele não coloca a sua intuição à prova com ataques sofísticos como você, mas afirma o mesmo que você dentro do mercado: "Um pouco de arroz, um pouco de beijão, um pouco de farinha dará uma ótima combinação".Chegou a rimar...rsrsrs... Podemos continuar a discussão no meu blog. Ah, fiquei feliz com o comentário.
Abraço!

Unknown disse...

Caro Fabiano,

Parabéns pelo blog. Sabe, tendo a pensar pelo lado oposto. O sentimento de que a vida faz sentido, de que o mundo é familiar e tudo está em perfeita ordem, tende a trazer bem-estar. Já a ruptura do universo de sentido produz uma angústia que, ao menos no primeiro momento, não parece ser alegre. Daí que muitos oponham a felicidade e a busca da verdade (não a felicidade e o sentido). Acontece porque se supõe que, buscando a verdade, descobriremos justamente que a vida não faz sentido e seremos, assim, infelizes.

De minha parte, confesso como boa kantiana analítica que não reconheço na filosofia o poder de retirar o sentido da vida ou de instaurá-lo. A filosofia só esclarece os limites do que podemos conhecer racionalmente, no caso, apenas o valor de verdade das proposições particulares da experiência, e não das considerações sobre a totalidade do mundo e da vida. Buscando saber se o mundo e a vida fazem sentido, Wittgenstein estava certo, entramos no domínio do místico.

De minha parte, sinto prazer intelectual resolvendo os probleminhas da filosofia como quem dissolve armadilhas numa partida de xadrez e sinto-me emocionalmente resolvida quanto ao sentido da vida. Em uma palavra: sou feliz! Espero que vocês, meninos, também encontrem um sentido e sejam felizes.

Abraços,
Andrea

Anônimo disse...

creio estar em off quando vc e o rudah entendem tão bem esta relação que vc propõe, a saber: felicidade e significado. Não entendi, se não através da interpretação que dei no post anterior, qual é o problema que vc aponta...

significado é o que? o que tem a ver com a felicidade? pq se excluem, ou pq n o fazem?


sobre o doce e o amargo, citei-o pelo pessimismo q vc colocara ao adentrar na obra do schops... quando se afirma q a vida é um eterno sofrimento, há que se pontuar sobre, mesmo correndo o risco de contradizer um autor n lido (afinal, isto é um blog, n uma plataforma lattes)...


bom, só dá pra continuar se definirmos os termos: significado, felicidade, e o q vc quer com os dois!!

:)

mas repito aquilo q outrora escrevi:


acho q poderia resumir tudo q disse nisto: a felicidade n exclui uma vida com um significado, ao contrário, a junção de ambas as coisas é o princípio de nosso movimento...


abraço

Fabiano Queiroz da Silva disse...

Marco, a conclusão que cheguei sobre nossa discussão é que preciso pensar mais, principalmente devido ao comentário da Andréa sobre a relação FELICIDADE e VERDADE.Fora isso, não sei mesmo se nos entenderemos sobre o tema do blog. Enfim, fico feliz que a primeira página tenha dado tantos comentários.

Abraço!

Rudah A. L. disse...

É o que eu quis dizer com o meu comentário...
Na verdade, pra mim não há como fazer um comparação entre significado e felicidade, não ao pé da letra, como o ser e o nada do Hegel. (pensei nisso depois de já ter comentado). Faz-se necessário entender o significado de felicidade antes mesmo de compará-la com o próprio significado, mas daí temos um problema, um vem antes do outro e há que se fazer mesmo assim uma comparação. Pra mim não há tanto problema nisso. Eu ia comentar algo sobre a minha interpretação da frase so tiozinho do Heroes, mas esqueci. Assim que lembrar eu comento.

Abraços a todos!

Fabiano Queiroz da Silva disse...

Rudah, achei bem interessante o que apontou. Eu demonstrei pessimismo sobre a relação entre FELICIDADE e SIGNIFICADO, mas não disse que um termo excluia o outro. O que me incomodou foi o pensamento de que a "felicidade não exclui uma vida com um significado, ao contrário, a junção de ambas as coisas é o princípio de nosso movimento". Será que não percebo que tal junção é o motor das minhas ações? Pode ser que sim. Pensando nisso tudo, proponho uma nova discussão e peço ajuda a todos. Vamos pensar a relação entre FELICIDADE e VERDADE proposta pela Andréa e o significado de felicidade proposta por você já pensando no pedido do Marcos de definição dos termos?
Agradeço a todos.

Abraço!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Felicidade é um conceito complicado. Foi para não ter que me comprometer com algum significado mais profundo de felicidade que preferi entendê-la empiricamente, equiparando-a ao "bem-estar", então argumentei que a suspensão do significado, a quebra do universo de sentido da vida tenderia a provocar certo mal-estar. Isto ocorre com quem se dedica a questões metafísicas, adentrando esta arena de duelos intermináveis. É a filosofia dividindo terreno com as religiões, como se ela tivesse que oferecer o mesmo tipo de "visão de mundo", só que de uma maneira racional e refletida. Via de regra, como não é possível racionalizar o todo, estas filosofias só quebram as formas de vida irrefletidas sem colocarem nada no lugar. O metafísico mergulha no ceticismo. Particularmente, estas filosofias não me interessam. A rigor, são empreitadas fadadas ao fracasso. Com uma verdadeira reflexão crítica, perceberiam seus próprios limites.
Abraços meninos,
Andrea

Fabiano Queiroz da Silva disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Caixinha impalpável disse...

e como descortinar o significado se este é limitado à nossa consciência? Talvez, os caminhos que aumentem nossa capacidade de entedimento do mundo possam delinear faíscas de felicidade, em crescer, entender e compreender...que até mesmo o sofrimento nos servem de alavanca para aprender a enxegar além dos nossos limitados horizontes...
Gre!

Fabiano Queiroz da Silva disse...

Gre,

É necessário que o sujeito tente descortinar o significado da sua existência para enxergar além dos seus limitados horizontes? Tais caminhos que propõe (imagino que seja a via acadêmica, por exemplo) podem delinear faíscas de felicidade, assim como também ver o sofrimento de uma nova perspectiva. Bom, se diz que o sofrimento pode ser a alavanca de todo o argumento anterior, pressuponho que concorda com Schopenhauerque e, por conseguinte, comigo, que "TODA VIDA É SOFRIMENTO". Aqui, então, defendo a minha posição inicial, mas que já passou por algumas reflexões devido algumas postagens. Isso devido ao fato que metade de mim se inspira em Kant e a outra metade em Schopenhauer. Posições não apenas diferentes ... diria que opostas. Já sabe o meu calcanhar de Aquiles.
Forte abraço!!!

Anônimo disse...

o vida vazia de posts!

huiahuhuahauha

Unknown disse...

Fabiano, não li todos os comentários para tentar acompanha a "conclusão", ou melhor, discussão que o tema possa ter acarretado, porém queria dizer aqui que concordo que a vida seja sofrimento. Mas na discussão sobre o sofrimento e sobre a felicidade, é claro que teríamos que conceituar ambos. Porém, levando pelo conceito "geral" encontro um erro. Porque pra mim o fato de a vida ser sofrimento não significa que ela seja ruim. Tento me prender ao máximo possível dessa moralidade. Por isso que levar uma vida correta, dentro das normas não significaria ser feliz. Bom, só tentei expor de forma rápida o que penso. :]

Unknown disse...

correção: tento me desprender o máximo possível dessa moralidade, ou melhor, de um maniqueísmo que coloque a felicidade como um bem e o sofrimento como um mal. Sobre o significado e a verdade, acho que que eles de certa forma independem da discussão principal do tema.